Folhas soltas | Rita Viegas | Realização, Cinema e TV 17/19

09:27 | 10/01/2019

“Bohemian Rhapsody, como começar a falar deste filme?

Rita Viegas | Relização, Cinema e TV | 17/19

No dia 7 de janeiro, realizou-se à 1h00 da manhã (horário de Londres), mais uma edição dos Golden Globes.

Conhecido por influenciar as nomeações a Óscar, os Golden Globes são de extrema importância tanto para as produções “Hollywoodianas”, como para nós, cinéfilos da ETIC_Algarve.

Entre os vencedores da edição de 2019 está Bohemian Rhapsody que ganhou dois Golden Globe Awards para melhor filme dramático e melhor ator e está entre os favoritos aos Óscares.

Bohemian Rhapsody, como começar a falar deste filme?

O filme conta a formação, ascensões e declínios duma das bandas mais talentosas, polémicas e adoradas do mundo inteiro. Focando-se em Freddie Mercury e seguindo-o através dos seus anos de glória, o filme dá-nos a conhecer a sua família, de origem indiana, os primórdios dos “Queen” através da banda como “Smile, os seus companheiros de banda e todos os atritos que vivenciaram, a sua companheira de vida, Mary Austin, e finalmente a doença que acabou com a sua vida, SIDA.

Esta obra transporta-nos através do tempo com as músicas mais célebres da banda e as suas criações que, para as pessoas que cresceram a ouvir Queen, dá vontade de saltar da cadeira do cinema e cantar do fundo dos nossos pulmões – “We are the Champions”, “We will rock you” ou até “Somebody to love” são alguns dos exemplos.

Este é o filme que todos os fãs de Queen merecem ver, vezes e vezes sem conta.

Poucos filmes de bandas podem dizer que fizeram tanta justiça aos seus protagonistas como o Bohemian Rhapsody, a meu ver, e, apesar da troca de realizador, o filme não mostra falhas em termos narrativos nem de ritmo fílmico.

O filme é um crescente que nos prepara para a cereja no topo do bolo que é o concerto do Live Aid.

A atuação do Rami Malek é tão impecável e a edição do filme é tão perfeita que se colocarem as filmagens do Live Aid e a cena do filme ao mesmo tempo, os movimentos e o timing estão tão sincronizados que arrepia a quem viu aquele concerto inúmeras vezes como eu o fiz.

Voltando a Rami Malek, e apesar de ser bem menos encorpado do que Freddie Mercury, é impossível desviar o olhar do ator quando ele está em cena, a sensação que nos dá é que Freddie Mercury está diante dos nossos olhos a contar-nos a sua vida de luxúrias e talentos, a apresentar-nos as suas gatas e a sua Mary.

O filme começou por ser realizado por Bryan Singer, sendo finalizado por Dexter Fletcher e tendo como consultores artísticos Brian May e Roger Taylor, integrantes da banda Queen. A presença dos artistas na produção já deixa clara a intenção de homenagear Mercury por todas suas realizações no mundo da música, ao mesmo tempo que procura narrar o que aconteceu por detrás dos palcos e entre os hiatos de gravações.

 

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